Caros leitores,
Pessach está chegando. Já estamos sentindo todos os preparativos.
um guia sobre as partes do seder, Chag HaPessach kasher vesameach!
copo de kidush |
• Kadesh
Para que transformemos a mesa em que comemos em uma máquina do tempo, começamos falando as palavras
do kidush. Esta bracha do vinho marca o início do feriado de Pessach e brindamos, com D’us, o início de uma
época especial. Na Tora, D’us fez quatro promessas ao povo judeu: “Eu os tirarei”, “Eu os salvarei”, “Eu os redimirei” e
“Eu os tomarei por meu povo” (Êxodo, 6:6 – 7). Assim, também no seder, há quatro copos de vinho; cada copo simboliza
uma das promessas e, com o primeiro copo, começamos o caminho rumo à Liberdade.
• Urchatz
Urchatz é uma lavagem ritual e nada tem a ver com higiene: tem a ver com limpeza espiritual. É um ato de preparação
para o seder, e é o único ritual que fazemos antes de começar o seder.
keara de pessach |
• Karpas
Karpas, o salsão, é um aperitivo, o primeiro gostinho da refeição e deixa-nos com a expectativa do que está por vir.
Pessach é uma festa da primavera, pois esta é a estação vigente em Israel nesta época. A essência da primavera é o crescimento
de vegetais verdes e, então, tomamos uma folha verde e mergulhamos na água com sal antes de comê-la. O gosto
com o qual o seder se inicia é o gosto das lágrimas (da água salgada), que estimula nossa memória, para relembrarmos
a escravidão. Começamos a retornar, em nossa máquina do tempo, mergulhando o karpas nas dores do Egito. Pode-se
usar a batata, cebola ou rabanete.
• Iachatz
Este é um ritual sem palavras. Tomamos a matza do meio das três matzot do seder e a quebramos ao meio,
escondendo metade. Esta metade é chamada afikoman e será escondida para que as crianças a “redimam” depois. Todos
sabem que quem a encontrar receberá uma recompensa. A história de Pessach também é contada pelo afikoman. Matza
é feita apenas de farinha e água; é o alimento mais simples que pode existir, sendo chamada de lechem oni, o pão da
aflição. A mágica de Pessach está na comida mais básica, farinha e água, onde encontramos a Liberdade.
• Maguid
Maguid, do mesmo radical hebraico da palavra Hagada, significa, relato. Em quatro passagens, a Tora fala da mitzva
de contar a história da saída do Egito: Êxodo 12:26, 13:8 e 13:14 e Deuteronômio 6:20. O Maguid é composto por 12
textos que contarão a história. Um desses textos é o Ma Nishtana, as quatro perguntas, feitas pela criança mais jovem no
seder. O caminho para a Liberdade começa com perguntas. Quando a Tora nos diz, quatro vezes, para contar a história,
ela nos leva a responder perguntas: “Quando seu filho perguntar...Você deverá responder... Fomos escravos do Faraó no
Egito e D’us nos retirou de lá ...” (Deut: 6:21).
• Rachtza
Estamos livres; já saímos do Egito. Já podemos celebrar! Rachtza é um ritual de purificação: lavamos as mãos mais uma
vez., recitando a bracha correspondente e, então, estamos prontos para comer.
• Motzi
Qualquer refeição judaica começa com pão, quando recitamos uma bracha, agradecendo a D’us por fazer os alimentos
saírem da terra.
• Matza
A bracha é um ponto de luz, chamando nossa atenção para um momento todo especial. O momento de comer a matza é um
desses: traz consigo o sabor da aflição e da libertação, ao mesmo tempo. Estas duas brachot são recitadas juntas. Trocamos a
experiência diária de comer pão, pela experiência singular de sentir o primeiro gosto da matza daquele ano.
• Maror
Quando comemos maror, a raiz forte, primeiro assustamo-nos com seu gosto muito amargo. Na segunda dentada,
já estamos até vermelhos! Com sua amargura, o maror traz a memória da experiência da escravidão.
• Korech
Em Pessach, muitas transformações acontecem. É a lembrança da escravidão nos conduz à libertação. O pão da
aflição transforma-se no pão da liberdade. Hilel transforma a história de Pessach em um sanduíche. De uma só
vez, provamos o amargo do maror e da escravidão, o doce do charosset, que lembra a argamassa do trabalho, e a
matza, o pão ázimo não fermentado.
• Shulchan Orech
O primeiro seder da história foi uma refeição familiar. Junto ao korban, sacrifício, de Pessach, sentavam e falavam sobre
a Liberdade que acabara de começar e sobre a redenção que viria. Fazemos o mesmo, hoje. Comer juntos é a essência
da celebração.
• Tzafun
Há pouco, o afikoman foi escondido; as crianças esperaram um bom tempo até que pudessem agir. O afikoman,
serve, também, para mantê-las interessadas e curiosas durante o seder. Quem encontra o afikoman recebe um presente
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(afikoman, em grego, significa sobremesa).
• Barech
Pessach fala, também, sobre o futuro. A esperança é a chave para a Liberdade. Os judeus passaram por muitos Egitos
diferentes. Cada um de nós tem a sua própria experiência de escravidão. A redenção do Faraó é a prova de que outras
redenções virão. Como todas refeições judaicas, o seder termina com birkat hamazon, a benção após as refeições. Essa
é a terceira bênção, a que nos lembra a promessa Divina “Eu os redimirei”.
• Halel
Eliahu Hanavi é o símbolo do futuro judaico. É o profeta que nunca morreu; a lenda garante que voltará para anunciar
a redenção final. Também simboliza a era da Paz, Liberdade e Prosperidade que virá. No seder, deixamos um quinto copo
para Eliahu. Halel exalta D’us, agradecendo-lhe pelas redenções que conhecemos e pela esperança pelo futuro.
• Nirtza
A quarta promessa de D’us determinou uma relação: “Eu os tomarei por Meu povo”. A quarta bênção, portanto, celebra
esta promessa. Nossa experiência nos uniu como um povo ligado a uma visão histórica de D’us. O seder termina com
nosso pedido a D’us: Leve Seu povo logo, logo, para comemorar Pessach em Ierushalaim.
Espero que vocês tenham apreciado esta série de artigos
até a próxima.
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